sábado, 28 de maio de 2011

lima barreto

Afonso Henriques de Lima Barreto era mestiço, filho de um tipógrafo e de uma professora , que morreu quando ele tinha apenas sete anos. Estudou no Colégio Pedro 2o e depois cursou engenharia na Escola Politécnica. Ainda estudante, começou a publicar seus textos em pequenos jornais e revistas estudantis.

Com o agravamento do estado de saúde de seu pai, que sofria de problemas mentais, abandonou a faculdade e passou a trabalhar na Secretaria de Guerra, ocupando um cargo burocrático. Grande cronista de costumes do Rio de Janeiro, Lima Barreto passou a colaborar para diversas revistas literárias, como "Careta", "Fon-Fon" e "O Malho".

Seu primeiro romance, "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", foi parcialmente publicado em 1907, na Revista Floreal, que ele mesmo havia fundado. Dois anos depois, o romance foi editado pela Livraria Clássica Editora. Em 1911, Lima Barreto publicou um de seus melhores romances, "Triste Fim de Policarpo Quaresma", e em 1915, a sátira política "Numa e a Ninfa".

Lima Barreto militou na imprensa, durante este período, lutando contra as injustiças sociais e os preconceitos de raça, de que ele próprio era vítima. Em 1914 passou dois meses internado no Hospício Nacional, para tratamento do alcoolismo. Neste mesmo ano foi aposentado do serviço público por um decreto presidencial.

Em 1919 o escritor foi internado novamente num sanatório. As experiências deste período foram narradas pelo próprio Lima Barreto no livro "Cemitério dos Vivos". Nesse mesmo ano publicou a sátira "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá", inspirada no Barão do Rio Branco, e ambientada no Rio de Janeiro.

Lima Barreto candidatou-se em duas ocasiões à Academia Brasileira de Letras. Não obteve a vaga, mas chegou a receber uma menção honrosa. Em 1922 o estado de saúde de Lima Barreto deteriorou-se rapidamente, culminando com um ataque cardíaco. O escritor morreu aos 41 anos, deixando uma obra de dezessete volumes, entre contos, crônicas e ensaios, além de crítica literária, memórias e uma vasta correspondência. Grande parte de seus escritos foi publicada postumamente.

Obras

A obra de Lima Barreto é uma crônica autêntica dos subúrbios cariocas e de sua população, retratando, de um lado, a população pobre e oprimida desse subúrbio e, de outro, o mundo vazio de uma burguesia medíocre; de políticos poderosos e incompetentes e de militares opressores. Parece refletir, muitas vezes, a própria experiência do autor, principalmente a dos negros e mestiços, que sofriam na pele o preconceito racial. Prendendo-se à autenticidade histórica daquele tempo, sua ficção retrata acontecimentos importantes da vida republicana. Consciente dos problemas, critica o nacionalismo exagerado e utópico, oriundo do Romantismo. Lima Barreto era um crítico mordaz da sociedade do seu tempo. Vivendo no Rio de Janeiro da recém-proclamada República, pouca coisa escapava de seu olhar perscrutador.
Lima Barreto era um crítico mordaz da sociedade do seu tempo. Vivendo no Rio de Janeiro da recém-proclamada República, pouca coisa escapava de seu olhar perscrutador.
Nos contos de Lima Barreto estão contidos os traços recorrentes de sua obra ficcional: obsessão pela origem, marcas da religiosidade, evocação do mistério e da surpresa, emocionadas descrições dos subúrbios cariocas, as periferias urbanas, a divisão de classes, a exclusão social, os pobres e os enjeitados.


Principais Obras:


·                     1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha
·                     1911 - O Homem que Sabia Javanês e outros contos
·                     1915 - Triste Fim de Policarpo Quaresma
·                     1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
·                     1920 - Cemitério dos Vivos
·                     1923 - Os Bruzundangas
·                     1948 - Clara dos Anjos (póstumo)

Triste Fim de Policarpo Quaresma


Triste Fim de Policarpo Quaresma é um romance do pré-modernismo brasileiro e considerado por alguns o principal representante desse movimento.
Escrito por Lima Barreto, foi levado a público pela primeira vez em folhetins, publicados, entre Agosto e Outubro de 1911, na edição da tarde do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Em 1915, também no Rio de Janeiro, a obra foi pela primeira vez impressa em livro, em edição do autor.
O romance discute principalmente a questão do nacionalismo, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses e com sua vida comum. Com uma narrativa leve que em alguns pontos chega a ser cômica, mas sempre salpicada de pequenas críticas a vários aspectos da sociedade, a história se torna mais tensa apenas quando o autor analisa a loucura e no seu final, quando são feitas duras críticas ao positivismo e ao presidente Floriano Peixoto (1891-1894).
O autor optou por escrever a narrativa numa linguagem próxima à informal falada entre os cariocas. Ela se desenvolve em torno de Policarpo Quaresma, brasileiro extremamente nacionalista, e é dividida em três partes, cada uma contendo cinco capítulos.

Conclusão

Lima Barreto era um jornalista e escritor muito crítico, que era contra o racismo e qualquer tipo de preconceito, por isso um exemplo na história literária do Brasil. Suas obras abordavam o preconceito, as dificuldades de um negro ou mulato no Brasil, além de esbanjarem critícas sobre o governo extremamente abusivo do nosso País..
Lima Barreto foi um homem que viveu angustiado, pois apesar de ser dotado de uma inteligência e sensibilidade superior, foi obrigado a servir-se da porta dos fundos de uma cultura provinciana.
Policarpo é talvez o maior personagem brasileiro em sua trágica ingenuidade nacionalista.
Enfim, Lima Barreto refletiu como ninguém, sobre as relações de força que existiam na sociedade de sua época. Ele enquanto intelectual, sofreu as rotinas da opressão social e denunciou o racismo, a intolerância, o preconceito social, a hipocrisia e os abismos de classe que estão arraigados nos valores de uma sociedade hierarquizada e excludente.
"Nós não lemos Lima Barreto para aprender literatura, lemos Lima Barreto para aprendermos a ser brasileiros"

Lima Barreto foi um gênio além do seu tempo, e por isto, não foi compreendido na sua época.Infelizmente grande parte dos problemas brasileiros apontados por ele continuam existindo. Seu estilo despojado, faz com que os leitores fiquem encantados por suas obras.

Lima Barreto - Um Grito Brasileiro


video


Sinopse
Programa relata a breve, conturbada e brilhante vida do escritor Lima Barreto. Após o pai enlouquecer, abandonou os estudos para cuidar da família. Mulato, sofreu com o racismo. Mesmo assim, destacou-se com a publicação de Triste fim de Policarpo Quaresma. A importância dessa obra para a literatura brasileira. O forte sentimento nacionalista do escritor que se tornou jornalista do Correio da Manhã, jornal no qual denunciava as injustiças sociais.













Bibliografia


 -http://midiaseducacao-videos.blogspot.com/2006/05/lima-
barreto-um-grito-brasileiro.html


-http://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Barreto#Obras

-http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u589.jhtm